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O mundo inteiro tem visto o crescimento ameaçador
 
10/11/2015
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O mundo inteiro tem visto o crescimento ameaçador de uma forma de poluição que avança em ritmo acelerado: a do lixo eletrônico. Alguns números da ONU mostram o tamanho desse problema. Em 2017, o volume desse lixo no planeta vai ser de quase 48 milhões de toneladas. É o equivalente a 130 prédios como o Empire State Building, de Nova York. E o Brasil aparece entre os países que mais geram lixo eletrônico.  No continente americano, a gente só perde para os Estados Unidos.

O destino e a reciclagem desse tipo de lixo são temas da série de reportagens do Dennys Leutz e do Alberto Gaspar que o Jornal Nacional apresenta a partir desta segunda-feira (9).

Assim que o dia começa, desde o primeiro copo d´água, por trás de cada gesto: eletrônica. Café da manhã, notícias. Ao sair de casa, alguns equipamentos nos acompanham, e vamos acionando outros, pelo caminho.

Se carregássemos, com a gente, todos os eletroeletrônicos que usamos, a imagem seria absurda. E a paisagem ao redor? Das ruas, da cidade inteira? A maior parte dos aparelhos não sai de casa. Mas todos, cedo ou tarde, são descartados. Lidar de maneira adequada é um desafio que preocupa o mundo inteiro.

A última estimativa é de 1,2 milhão de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano no Brasil.
Parece muito, mas é pouco, no total de resíduos sólidos gerados no país, perto de 80 milhões de toneladas. Mas o crescimento desse lixo de luxo tem sido grande.

Segundo dados do Banco Mundial, o volume dele aumenta três vezes mais rápido do que o do lixo comum. Destaque para economias emergentes, como as dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde a ampliação das populações de classe média tem gerado uma procura explosiva por esses bens de consumo.

Além do volume crescente, o que complica a destinação correta, a reciclagem desse material, é a complexidade dele. Em cada aparelho, centenas de componentes, milhares de conexões, uma infinidade de materiais.

“Parece simples, isso aqui é plástico, isso é plástico, aqui você tem plástico. Só que esse plástico tem uma temperatura de fusão que não bate com essa aqui, que não combina com o botão, que não combina com essa etiqueta plástica, que não combina com os rolamentos. Cada um é um plástico”, explicou Júlio César De Andrade, gestor da central de resíduos eletrônicos.

Julio é um empresário que trabalha com sucata eletrônica em parceria com a prefeitura de Sorocaba, no interior paulista. Ele explica qual o material mais valioso.

“O que tem valor agregado, que interessa para a gente, são os componentes eletrônicos mesmo. Memória, processador”, afirmou Júlio.

Essas placas de circuito integrado, cada vez mais presentes em tudo, contêm metais pesados e potencialmente poluidores, como chumbo, mercúrio, cádmio, níquel. Mas também metais valiosos como ouro, prata, cobre. O garimpo urbano, atrás desses elementos, é intenso. 

E nem é preciso procurar muito. Onde existe lixo, existem materiais eletrônicos. Num local, as pessoas trabalham basicamente reunindo papelão e plástico. Mas encontra-se muito mais coisas. Inclusive na beira de um córrego, onde eles trabalham. Pode não parecer, mas um dos objetos é uma tela de TV já dessas modernas, fininhas. E olhando mais para lá, se encontra de tudo.

E Dona Luciana aproveita tudo que pode.

Jornal Nacional: A senhora abre esses equipamentos?
Luciana: Abrimos.
Jornal Nacional: Onde a senhora faz isso?
Luciana: Aqui mesmo, sentada aqui.

A retirada dos metais das placas não deve ser trabalho de fundo de quintal. E existem  vídeos, na internet, ensinando a fazer isso com o uso de substâncias perigosas, como ácidos.

A equipe do JN localizou um tal "professor": um técnico em manutenção de computadores de Osasco, na grande São Paulo. Ele reconheceu: além de perigosíssimo, o método não dá resultado. Mas e o risco pra quem seguiu as instruções dele?

Jornal Nacional: O senhor nunca tinha pensado nisso?
Técnico: Não, não tinha pensado nisso.

O reaproveitamento de certos materiais, principalmente metais, presentes nos resíduos eletrônicos não significa somente que eles vão deixar de degradar o meio ambiente em lixões. Na verdade, isso significa também uma redução na necessidade de se minerar esses elementos, retirá-los da natureza – o que também é uma agressão ao meio ambiente.

Para se ter uma ideia, em sete anos, só a extração de ouro e cobre no Brasil gerou, em sobras de mineração, o equivalente ao peso do Pão de Açúcar, calculado em 580 milhões de toneladas.

“Na Suécia, já se fala de mineração do resíduo eletroeletrônico. Indica que, ao invés de tirar os minerais preciosos, por exemplo, da mina, eu vou fazer mineração nos resíduos eletroeletrônicos”, afirmou Tereza de Brito Carvalho, coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade- Poli/USP.

O processo correto, industrial, nem existe em grande escala no Brasil, que, basicamente, exporta as placas para poucas usinas especializadas, na Europa e na Ásia. O que existe por aqui é muita pesquisa, como no laboratório da faculdade de química da USP que estuda métodos para a separação de metais. Uma área que só tende a crescer.    

“Nós estamos indo agora para um caminho onde a reciclagem é tão importante quando a mineração. Ou mais. Por exemplo, é o caso do alumínio. Hoje, o alumínio processado já consegue ganhar, em certos lugares, do alumínio produzido por mineração, graças a Deus”, contou Henrique Eisi Toma, professor titular do instituto de Química/USP.

 
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